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Fifa lança ofensiva para criminalizar o racismo

Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, apoia iniciativa; Brasil foi a primeira confederação a incluir penas esportivas para casos de racismo no futebol.

Assessoria CBF
15/05/2025 - 20h47
Atualizado há cerca de 2 meses
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Presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues

Presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues

FIFA

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou nesta quinta-feira, durante o 75º Congresso da entidade, em Assunção, no Paraguai, que a organização intensificará esforços para criminalizar o racismo globalmente.

A Fifa tem trabalhado em parceria com governos e com a Organização das Nações Unidas (ONU) para incorporar a luta contra o racismo às legislações criminais de diversos países.

Na última semana, o Conselho da Fifa aprovou por unanimidade alterações no Código Disciplinar da entidade, que agora exige que confederações e associações-membro adaptem seus regulamentos internos às novas diretrizes. Entre as mudanças, destaca-se a imposição de multas que podem chegar a 5 milhões de francos suíços (R$ 33,6 milhões) para casos de racismo e a possibilidade de intervenção direta da Fifa quando as punições locais forem consideradas insuficientes.

“O racismo não é apenas um problema no futebol; é um crime. Por isso, estamos atuando com governos e a ONU para garantir que essa luta seja incorporada às legislações criminais de todos os países”, afirmou Infantino durante seu discurso.

O debate sobre o racismo tem ganhado força na América do Sul, especialmente em torneios da Conmebol, onde episódios discriminatórios têm sido recorrentes. Em fevereiro, o atacante Luighi, do Palmeiras, foi alvo de ofensas racistas de torcedores paraguaios durante a Libertadores Sub-20. Após o incidente, clubes brasileiros, como o Palmeiras, intensificaram protestos contra o racismo, enquanto o Brasil, pioneiro em criminalizar tais condutas, reforçou seu papel de liderança na pauta.

A Conmebol também tem enfrentado críticas. Recentemente, seu presidente, Alejandro Domínguez, gerou controvérsia ao fazer uma analogia considerada racista durante o sorteio da Libertadores, mas se desculpou posteriormente. Para mitigar os danos, a confederação criou um grupo de trabalho liderado pelo ex-atacante Ronaldo, com o objetivo de discutir e propor soluções para combater discriminação no futebol sul-americano.

A ofensiva da Fifa contra o racismo se insere em um cenário de amplas mudanças no esporte. Durante o congresso, Infantino reforçou a mensagem de inclusão para a Copa do Mundo de 2026, a ser realizada no Canadá, Estados Unidos e México. "O mundo é bem-vindo na América", declarou, destacando a importância de combater tanto a discriminação quanto a violência, dentro e fora dos estádios.

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