Escudo da Seleção Brasileira
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Arthur Elias, um técnico de convicções, detalhista e líder: "Torcida voltou a ter orgulho da seleção"

Carreira do treinador é marcada por conquistas, uma obsessão que o faz pensar adiante

Assessoria CBFAssessoria CBF

10/08/2024 - 19h22
Atualizado há um mês

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Brasil x Estados Unidos - Jogos Olímpicos de Paris 2024 - 10.08.2024 - Arthur Elias

Brasil x Estados Unidos - Jogos Olímpicos de Paris 2024 - 10.08.2024 - Arthur Elias
Creéditos: Rafael Ribeiro/CBF

Após a final dos Jogos Olímpicos de Paris, em que a Seleção Brasileira foi superada pelos Estados Unidos por 1 a 0, neste sábado (10), o treinador da equipe, Arthur Elias, reiterou seu orgulho da campanha da Amarelinha e do grupo de jogadoras.

"Estou muito orgulhoso porque as jogadoras da Seleção entendem, se identificam e sabem que a gente daqui pra frente vai manter a Seleção nesse nível. Vai acontecer um dia (um título), vai acontecer na Copa, pode ser na próxima Olimpíada também essa medalha. Tenho certeza de que que vai acontecer porque elas são merecedoras", reforçou.

"Não faltou entrega, compromisso do grupo da Seleção Brasileira com esse trabalho. É uma nova Seleção Brasileira. (Foram) 14 jogadoras que nunca haviam participado de uma Olimpíada, um grupo muito jovem e que foi perdendo as mais experientes por lesões. Tivemos muitos problemas na caminhada, mas a gente soube olhar soluções. O povo brasileiro voltou a ter orgulho da nossa Seleção Feminina", acrescentou.

Brasil x Estados Unidos - Jogos Olímpicos de Paris 2024 - 10.08.2024 -Créditos: Rafael Ribeiro/CBF

DETALHISTA

Nas reuniões técnicas da Seleção Brasileira Feminina, em Paris, às vésperas da decisão do título das Olimpíadas contra os Estados Unidos, Arthur Elias postou-se à frente de um telão e, didaticamente, fez uma série de observações sobre jogadas que deveriam ser executadas ou evitadas no confronto final da disputa pela medalha de prata. Sempre pautado por análises técnicas, extraídas e compiladas por seus auxiliares, exibia ali seu jeito de ser no convívio com as atletas. A fala pausada transmitia suas convicções que eram bem acolhidas.

Líder discreto, avesso a badalações, Arthur Elias, 43 anos completados dias atrás na França, alçou seu nome à galeria dos técnicos medalhistas olímpicos. De uma Seleção que para muitos estava desacreditada em razão de percalços na primeira fase, construiu passo a passo a trilha da prata. Houve sofrimento, cobranças, suor, muitas horas sem dormir e alegrias.

Estrategista, detalhista, observador ao extremo, conseguiu uma coesão com sua comissão técnica para a elaboração de planos de jogos que seriam utilizados nas Olimpíadas a partir de um vasto material coletado em vídeos e editado criteriosamente por sua equipe. Estudou todas as demais 11 seleções do torneio. Não queria ser pego de surpresa. Mas, claro, dedicou um tempo maior às análises dos três adversários da fase de grupos – Nigéria, Japão e Espanha – e também às tradicionais Alemanha, Canadá e Estados Unidos.

Brasil x Estados Unidos - Jogos Olímpicos de Paris 2024 - 10.08.2024 - Arthur Elias e Emma HayesCréditos: Alex Grimm - FIFA/FIFA via Getty Images

SEM TITULARES DEFINIDAS

Ao mesmo tempo que vinha reunindo material visando às Olimpíadas desde setembro do ano passado, quando foi contratado pela CBF, Arthur foi fazendo experiências com a utilização de diversas atletas. Queria testá-las, vê-las em ação para se decidir pelas melhores na hora da convocação. E queria também despistar os rivais. Foi em parte por isso que nos dois amistosos das Seleção contra a Jamaica, em junho, ele levou a campo dois times totalmente diferentes. Sabia que os vídeos dessas partidas chegariam às mãos das demais seleções.

Arthur apostou nisso, na desinformação das outras equipes sobre a Amarelinha. Além disso, como não trabalha com o conceito de titulares, dificultou ainda mais o trabalho alheio ao mudar o time de jogo para jogo nas Olimpíadas. E não se tratava de uma ou duas alterações. Eram seis, às vezes sete por partida.

ESTUDIOSO

Arthur Elias nasceu em São Paulo e iniciou sua trajetória no futebol feminino em 2006, quando tinha 24 anos e desenvolveu um projeto na Universidade de São Paulo (USP) que abordava as características das mulheres no futebol. Em 2009, aceitou convite para comandar sua primeira equipe, o Nacional-AC. Depois, chegou ao Centro Olímpico, onde sua trajetória encorpou, notadamente com a conquista do Brasileiro de 2013.

Brasil x Estados Unidos - Jogos Olímpicos de Paris 2024 - 10.08.2024 -Créditos: Alex Grimm - FIFA/FIFA via Getty Images

Três anos mais tarde assumiria o Audax/Corinthians e logo na primeira temporada seria campeão da Copa do Brasil, o que levou o time para a Libertadores. O título da competição continental veio na sequência, em 2017, com uma vitória sobre o Colo Colo, do Chile, nos pênaltis. O fim da parceria entre Corinthians e Audax não mudou muito os rumos de Arthur, que continuou treinando o Corinthians.

Vieram então uma penca de títulos de 2018 a 2023, anos em que se projetou como o melhor técnico brasileiro de futebol feminino. Sua coleção de troféus nesse período inclui mais três Libertadores, cinco Brasileiros, três Estaduais e duas Supercopas do Brasil, entre outros. E com 11 meses de Seleção, juntou agora a essa galeria toda a prata dos Jogos de Paris.

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