O desafio da viagem para a Austrália começou muito antes do embarque em Brasília. A comissão técnica preparou um planejamento criterioso com o intuito de minimizar os efeitos do longo trajeto e do fuso horário. O Núcleo de Saúde e Perfomance da Seleção Brasileira montou um roteiro que iniciou desde o horário do voo, as dinâmicas ao longo do voo e a preparação nos primeiros dias em solo australiano. 

Tudo começa pelo voo. Pensando no conforto e na qualidade da viagem, a delegação seguiu para a Austrália em um avião fretado. O aeronave teve a bordo os 31 membros da comissão técnica, 26 atletas e patrocinadores da CBF. O que motivou a escolha do trajeto cruzando o Oceano Pacífico não só foi só por a rota ser mais curta até sede da Copa do Mundo, mas também, para exercer a adaptação a luz solar, como explica o médico da Seleção Feminina, André Pedrinelli.

"Para cada hora de fuso, o corpo humano leva um dia de adaptação, nós estamos falando de 14 dias de adaptação, isso é muito complicado para a preparação física de uma seleção, quando você precisa que a maioria dos jogadores estejam na condição tática e técnica para disputar essa Copa do Mundo. Ninguém espera que consiga tirar as horas de uso no voo, mas ao redor de quatro horas conseguimos encurtar os malefícios que uma viagem nessa distancia pode acarretar ao corpo humano", detalha André Pedrinelli.

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O horário de saída do Brasil, às 5h da manhã, também trás um motivo fisiológico. A adaptação ao fuso começou no primeiro segundo da viagem. Com as 13 horas de diferença no horário, a comissão optou por ajustar os horários de sono já no trajeto para a Austrália com uma indicação dos momentos ideias para dormir e permanecer acordadas.

"Foi uma viagem muito cansativa, mas tivemos todo o suporte dentro do avião com atividades e momentos pra iniciar a adaptação ao fuso horário ao horário da Austrália. O sentimento a partir de agora é de muito trabalho pra chegar bem firme nesse Mundial e fazer um bom trabalho pra sair daqui com o título", destaca Antonia, lateral da Seleção. 

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A alimentação no trajeto também foi de acordo com o horário australiano e o tipo de refeição, como café da manhã e almoço.

A comissão médica também aplicou um teste basal para servir de base cognitiva e avaliar a recuperação das atletas. O acompanhamento iniciou  já na Granja Comary, teve uma etapa em Brasília e será novamente realizado para comparação na Austrália. Além disso, a comissão levou objetos para auxiliar na resposta cognitiva das atletas, como jogos que estimulam o raciocínio. 

Já em solo australiano, a comissão técnica planejou atividades mais leves nos primeiros dias na Gold Coast pensando na saúde física das atletas.